Sempre falo que se serão os jovens que moldarão o nosso futuro, porque não lutarmos por eles?
Quando falamos em juventude temos que falar em educação e profissionalização.
Eu era catador de latinhas e limpador de carros e aos finais de semana era vendedor de picolés nas ruas da cidade que morava. Mesmo com as dificuldades não abandonei a escola e foi por causa do que aprendi lá que passei em uma prova do SENAI aos 14 anos, mudando toda minha vida pois , a partir daí, comecei a trabalhar na indústria. O que me salvou foi a educação de base seguida da profissionalização. Aos 15 anos eu já tinha um diploma em Elétrica Industrial.
Hoje, ao ver que estamos entre os piores países avaliados pelo PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) e que mais de 90% dos jovens formam no ensino médio sem saber fazer um teorema de Pitágoras, entro em desespero. Como poderemos mudar nossa realidade sem o básico da educação?
Além de mudar metodologias de ensino com modelos de sucesso dos grandes países, precisamos melhorar a infraestrutura das escolas e valorizar com bons planos de carreira nossos professores. Sem uma metodologia com visão de futuro, sem a infraestrutura para receber alunos e professores e sem os mestres motivados e qualificados, estamos apenas fingindo que estamos fazendo algo pelo futuro do nosso país.
Quando falo especificamente da juventude da Engenharia, entro em desespero real. Muitas faculdades mas poucas habilidades e competências desenvolvidas para ajudar as empresas a ter sucesso ou incentivar o empreendedorismo.
O número de alunos parece muito porque vemos muitos desempregados, mas na verdade esse número é muito pouco se comparado com os números dos países desenvolvidos. Engenheiro não sabe atuar só com engenharia, como o próprio nome já diz engenheiro engenha, desenvolve soluções.
Precisamos pensar nos nossos jovens vendo-os como os responsáveis por trazer as soluções para os problemas que existem ou que sabemos que irão existir. Mas só pensar não resolve, precisamos dar voz à eles, precisamos representá-los, precisamos buscar soluções em todas as faixas etárias, do ensino básico ao ensino superior.
Eu acredito na juventude, e o que posso fazer é DAR VOZ À ELES através das minhas ações em todo tipo de ambiente que eu estiver.