02 de abril de 2022

Empreendedorismo – Emprego e renda para todos

Há 8 anos, ainda na faculdade decidi abrir uma empresa com meu pai. Na época ele estava desempregado.

Analisamos o que eu e ele sabíamos fazer e decidimos que abriríamos uma empresa de consultoria em patrimônio empresarial e na intermediação de negócios de fim de obras. Demorou um tempo até conseguirmos de fato que a empresa funcionasse. Se não bastasse o fato da dificuldade que todo empreendedor sente no início do seu negócio, as burocracias e custos eram muitos e obrigatórios. Nem sabíamos quando íamos pegar o primeiro serviço mas já tínhamos custos mensais devido a burocracia.

Conseguimos os primeiros serviços na intermediação de vendas de ativos de fim de obras no canteiro das Olimpíadas, e veio outro “tapa”, 19% de imposto sobre o faturamento. Já tínhamos descontado os custos de viagens, hotéis, aluguel de carro, alimentação. Não sobrou quase nada.

Decidimos adotar um pensamento para não desistir: “Quanto mais pago de imposto, mais estou faturando”.

Tivemos que pensar assim, porque não era somente os custos fixos e variáveis e o imposto sobre o faturamento, tem imposto em tudo.

Ao longo desses 8 anos de empresa tivemos altos e baixos, investimos muito na empresa, abrimos uma segunda empresa, e quando menos se espera vem a pandemia. Tudo encareceu, tudo parou. Veio o governo com um tal de PRONAMPE, um programa de empréstimo com juros mais baixos para ajudar o empreendedor. Legal, porém a prática foi outra, para conseguir tinha que ser amigo de alguém, alguns deram sorte de ter um bom gerente de banco que o ajudou, a grande maioria não. Foi muito difícil, fizemos ajustes, vendemos ativos próprios e mantemos as empresas abertas e em operação. Tudo poderia ter sido mais fácil, ter sido diferente, se não tivéssemos alocado tantos recursos em impostos que não trouxeram nenhum retorno para a empresa.

Hoje ainda não estamos no patamar de antes da pandemia, mas nos capacitamos, fizemos parcerias e estamos com grandes planos pela frente, mas é como eu sempre digo:

“Empreender no Brasil é como entrar em uma guerra com uma faca. Você luta para sobreviver estando em desvantagem o tempo todo.”

Sabe o que mais me revolta nisso tudo?

É que o empreendedor é talvez o grande responsável por fazer a economia funcionar.

Vou falar aqui um pouco da situação atual do nosso país em relação ao empreendedorismo.

O Brasil caiu 3 posições e agora é o 7° país no ranking de empreendedorismo.

Em 2021 fecharam 1.410 milhão de empresas em nosso país, isso só contando as que conseguiram dar baixa. A burocracia desde a abertura da empresa, os impostos absurdos, a dificuldade de crédito, as diversas autorizações para trabalho, o constante aumento do preço de matéria prima, são alguns dos problemas que os empreendedores enfrentam.

Vimos um aumento no número de empreendedores nesse mesmo ano de 2021, mas esse número só aumentou porque milhares de pessoas ficaram desempregados devido a crise e resolveram empreender através do MEI. Isso seria ótimo se não fosse um problema: a falta de apoio a esses novos empreendedores. Empreendem por necessidade mas sem orientação, oferecem ótimos serviços e produtos mas penam para obter lucro. Na primeira crise financeira da nova empresa buscam os bancos que se aproveitam da situação e enfiam goela abaixo juros exorbitantes que talvez um dia conseguirão ser quitados. Quem mais deveria ajudar o empreendedor a faz desistir do seu negócio.

Empreendedor gera emprego, nem que seja para sua própria família. Empreendedor gera renda. Emprego e renda geram consumo, que gera emprego e renda que gera mais consumo. Todas as áreas ganham com empreendedorismo, só falta os deputados e senadores e o executivo entenderem de fato isso.

Empreendedores precisam ter voz, e essa voz eu e você vamos lutar para dar para todos nós que queremos um país e uma Minas Gerais mais desenvolvida.

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