O desafio de ser um estudante de engenharia vai muito além das matérias difíceis e das várias horas necessárias de estudo. Já começa nos primeiros dias de faculdade, quando percebemos que para começar a “ver” a engenharia precisamos passar pelas difíceis matérias base, quando percebemos que alguns laboratórios são incompletos (muitas das vezes não funcionam ou nem existem) e que muitas das vezes o corpo docente possui alto conhecimento em pesquisas mas não leva em consideração a necessidade de formação humana e industrial, que é o que torna o formando em engenharia um profissional com as competências necessárias para o mercado de trabalho. Isso é só o começo, os desafios só aumentam ao longo dos anos de curso.
Nas rodas de conversas e debates que participo com empresários do ramo, é unânime o posicionamento quando se fala do ensino de engenharia no Brasil. Eles não vêem engenheiros com o básico de competências necessárias para serem contratados em suas empresas. Esse discurso é respaldado por um estudo feito pela Confederação Nacional da Indústria e pela declaração mundial da Unesco sobre educação superior no século XXI, onde descrevem a necessidade do engenheiro ter competências que hoje não são desenvolvidas dentro das universidades. Os estudos comprovam a necessidade do desenvolvimento da criatividade, flexibilidade, empreendedorismo e contribuição com a inovação, formando profissionais que saibam lidar com incertezas e tenham senso de aprendizagem continuada, além de sensibilidade social e cultural, capacidade de se comunicar de forma eficaz, assumir novas responsabilidades e trabalhar em equipe. Resumindo, o ensino deveria fomentar um pensamento mais criativo, mais experimental e concreto, focado no fortalecimento das habilidades e competências dos estudantes, e infelizmente não o faz.
É importante destacar a necessidade das matérias de ciências humanas nos currículos dos cursos de engenharia. Mesmo assim, sabemos que há uma grande resistência quanto à atividades que fogem da área técnica, tanto por partes dos professores, quanto dos alunos.
Mais importante ainda é saber que a culpa não é dos professores, e sim dos órgãos responsáveis por determinar a estrutura curricular dos cursos e de promover a atualização de conhecimento dos professores, mestres e doutores da área. Instituições essas que além de não acompanharem as demandas atuais do mercado de trabalho, resistem na aproximação com as empresas.
Se os desafios da profissão do engenheiro já começam durante a formação, o que o futuro profissional da engenharia deve fazer para vencê-los e chegar preparado no mercado de trabalho? Bom, comece estudando. Estude sempre e estude de tudo.
A base teórica é muito importante para qualquer atividade prática, então invista o máximo em capacitação. Se informe e se atualize, é muito importante saber o que acontece ao seu redor. Aperfeiçoe sua comunicação aprendendo e praticando um segundo ou terceiro idioma, aproveitando para conhecer outras culturas (vamos combinar que você nem precisa sair do seu Estado para isso, não é mesmo?). Estagie o máximo que puder e aprenda sobre gestão. Se tiver oportunidade, faça parte de uma Empresa Júnior ou de programas jovens, como o Enactus, Crea Júnior, Senge Jovem, entre outros, pois sendo participante ativo nessas organizações, você irá adquirir uma cultura de resultados e desenvolver grande parte das competências que o mercado de trabalho espera de você.
Por fim, não deixe de aproveitar sua família e viver a vida, pois o tempo passa rápido e não podemos desperdiçá-lo.
Depois de te dizer tudo isso eu te pergunto: é mais rápido e fácil você desenvolver essas competências ou esperar o ensino da engenharia do Brasil ser atualizado?
Se você acha que não tem tempo de fazer tudo isso, é porque está ocupando seu tempo com coisas menos importantes.
Lembre-se sempre: O futuro é seu e cabe somente a você decidir onde quer chegar!
Espero que tenham gostado e se quiserem saber um pouco e conhecer o conteúdo completo, convide-me para uma palestra!
Obrigado!